domingo, 31 de março de 2013

Voltei para falar de mim.

Passou tempo.
Passaram histórias que fazem rir e outras que fazem chorar.
Gente desprezível e a mesma pessoa a apetecer beijar
Apesar de muita coisa, ambos os pólos sempre a atraírem-se, apesar de todas as forças a querer afastar.
 Errei, errou, erramos, não erremos mais.
Adormecemos algures mas algo ficou.
Um algo que perdurou, quis o destino que assim fosse e também meu coração.>
Esta é a noção de vida que aprendi contigo.
Como cresci...
O que vivi e como vivi...
Viagem pelo mundo mesmo sem sair do teu lado.
Sabes? O mundo tornou-se mais pequeno.
Passou a ser coisa humana com 1,65m de altura
mas tal era sua formosura que me preenchia todos os kms que este astro possa ter.
Nesse mundo vivi.
Passaram ventos fortes, muito fortes mesmo
Mas havia qual raiz entranhada algures neste mundo à qual me consegui segurar.
Ela não apodreceu, tornou-se parte de mim
e consegui enfim aprender a viver.
Em dadas alturas desaprendi, sei o burro que fui mas que não me acusem que desisti
esse mundo para mim era o todo que eu queria ser.
Esse mundo ficou carente.
Alimentava-se de carinho e de emoções que só eu poderia dar
segurança que só eu podia dar
amor que só eu podia dar
mas desvalorizei.
Depois acordei, estúpido de mim.
O mundo que ajudei a criar, ajudei a destruir
o mundo que me fazia sorrir e amar
ajudei a querer ver-me partir.
Ele aguentou.
Mas na matéria de criar mundos não se deve usar o verbo "aguentar".
Antes aguentar a força de o querer usar mas contornar essa mesma força.
Eu fiquei.
Tento ajudar à reconstrução desse mundo.
Não vou voltar a falhar-lhe.
O carinho do qual se alimenta não poderá vez alguma ser demasiado pois é escassa a fonte
E este mundo que depressa se monte
pois quero nele viver para sempre.
Obrigado por não teres fugido para nenhum buraco negro
portal maligno para o infinito que não queremos
infinito contrário ao pelo qual sobrevivemos
e amamos.
Este mundo vai voltar a girar, a rir, a amar
e do que depender de mim: há de ter pelo menos dois pequeninos satélites.
Ingénuos de nós que pensamos já no assunto
Mas que querem vocês? Antes sonhar vivo que já defunto
assim terei a capacidade de se esperar para.
Não saí pois estava frio, antes escrever de fio a pavio pois esse mundo cá não poderia estar para me aquecer
Mas amanhã, amanhã vou visitá-lo
vou alimentá-lo com carinho e ajudar à reconstrução.
Quem estraga velho paga novo.
E eu pagarei, só me dêem tempo
e ali ficará ele a brilhar qual sol no meio de todos.
No amanhã vais sorrir, vamos sorrir.
Os asteróides virão mas as nossas forças cá estarão
para não dar nova chance ao mal que afectou este mundo, preciosidade minha.
Quero que saibas que por muito que me altere e te fira
o mundo real em que todos vivem não vira
amor tão estranho e forte como o nosso.
E escusado será dizer
excluindo clichê parecer
que fomos feitos como puzzles, sendo a sintonia perfeita encaixando perfeitAMente.

  Rui Taipa. 30 de Março de 2013, acordado, 06:23.